Pedal de Compressão? Está aí uma grande dúvida de muitos: pra que serve um pedal de compressão? Eu preciso de um?
Bom, se formos controlar nossos impulsos de aquisição de equipamento, eu diria que o pedal de compressão talvez fosse um dos últimos a se comprar (a não ser que você toque country music ou faz umas levadas funk ou dance).
O efeito de compressão aumenta o volume do sinal nos vales das ondas sonoras (onde o volume cai) e por consequência acaba reduzindo o volume dos picos.
Isso traz alguns benefícios:
– um sinal mais constante e até certo nível melhor, pois todas as notas ficam mais audíveis.
– possibilidade de aumento do volume total da faixa de música, já que diminui os picos que causariam clipping. E por esse motivo que a compressão é utilizada na masterização de áudio para “fechar” a música, lá no final de tudo.
– como pode ter imaginado, ao tocar uma nota e ela não baixar de volume você está dando sustain nela. Por isso a maioria dos pedais de compressão são identificados como Compressor / Compression / Sustainer.
Por outro lado, a compressão modifica o sinal da onda, trazendo como alguns malefícios:
– adição de ruído ao sinal, por conta do ganho acrescentado aos volumes baixos
– redução da dinâmica. Como o sinal fica “tudo na média”, fica difícil tocar uma música com muita variação de intensidade (tipo a “Lenny” do Stevie Ray Vaughan)
– como o pedal trabalha numa faixa limite (threshold), sinais muito baixos em algumas frequencias são cortados, o que inclui alguns harmônicos. Com muita compressão você vai ver que sua Gibson Les Paul vai ficar com o som daquele violãozinho de brinquedo que a gente compra nas barraquinhas da feira hippie.
Por todos esses motivos, o pedal de compressão deve ser usado com moderação. Geralmente se diz que “se dá pra perceber que o efeito está ligado, já colocou demais”.
Na música country se usa bastante para exagerar o efeito de stacatto (notas curtas e estaladas), ou “chicken picking”. Numa levada de funk ou dance (ouça a base de Moves Like Jagger, por exemplo) ajuda a deixar todas as notas do acorde no mesmo volume e aqui, o fato de tirar os harmônicos ajuda a não embolar a levada, deixando o timbre mais “cristalino”.
Particularmente, acho um efeito interessante para estar ligado o tempo todo em nível baixo. Ajuda a destacar as notas de um solo ou arpeggio. Na cadeia de efeitos, o compressor geralmente é um dos primeiros, logo depois do wah-wah, para que ele já entregue o sinal “redondo” aos outros efeitos (e principalmente, antes do Noise Gate kkk). Mas, assim como eu estava pensando em colocar meu wah lá no final da cadeia (afinal é um efeito de modulação, né?), pensei em colocar o compressor no final de tudo, como se fosse uma “masterização”. Talvez fique legal. Vou testar e depois atualizo o post.
Alguns dos pedais de compressão mais famosos são o Keeley, o Diamond, o MXR Dyna Comp, além do popular Boss CS-3. Um dos mais famosos da história, que já não é mais fabricado é o ROSS. Tem alguns clones bons, como os da AnalogMan CompROSSor. Pra quem tem o pedal de compressão Boss CS-3 recomendo fazer o mod Hi-Fi / PowerPlus com o Junior, reduz muito o ruído dele.
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